10 de Fevereiro de 2024

ENGORDA DE PORCO ALENTEJANO EM MONTANHEIRA

ENGORDA DE PORCO  ALENTEJANO EM  MONTANHEIRA

Apresentação do Porco Raça Alentejana 

Os porcos ibéricos foram introduzidos na Península vindos da Europa mediterrânica e Norte de

África.

A Península Ibérica, têm diferentes níveis de riqueza, diferentes níveis de isolamento geográfica

geográfico e diferentes níveis de desenvolvimento de meios de comunicação. Esta variabilidade

associada à ocorrência de populações de porcos totalmente isoladas entre si originou a

diferenciação de algumas características, e terá sido por causa desta diferenciação da rala

Alentejana e da raça Ibérica provenientes do mesmo tronco.

As diferenças são de facto muito pequenas, mas mesmo assim há autores espanhóis que não

reconhecem a Raça Alentejana como distinta da raça Ibérica, mas apenas como uma das suas

variedades.

Segundo alguns criadores, os porcos alentejanos, serão ligeiramente mais curtos, mais baixos e

possuem as orelhas mais pequenas relativamente aos porcos ibéricos.

Algumas das características, segundo o Regulamento do Livro Genealógico do Porco Alentejano:

•         Corpulência: médio-pequena, esqueleto aligeirado, grande rusticidade e temperamento vivo.

•         Pele: preta ardósia, com cerdas raras, finas, de cor preta ou ruiva.

•         Cabeça: comprida e fina de ângulo frontonasal pouco acentuado, orelhas pequenas e finas, de forma triangular, dirigidas para a frente e com a ponta ligeiramente lançada para fora.

•         Pescoço: de comprimento médio e musculado.

•         Tronco: região dorso lombar pouco arqueada, garupa comprida e oblíqua, ventre descaído, cauda fina de média inserção e terminada com um tufo de cerdas. 

•         Membros: de comprimento médio, delgados e bem aprumados, terminando por pés pequenos e de unha rija.

•         Andamentos: ágeis e elásticos.

•         Carateres Sexuais:

macho com testículos bem salientes e medianamente volumosos;

fêmea com mamilos em número não inferior a cinco de cada lado.

Ecossistema Habitat do Porco Raça Alentejana

A constatação de que alguns dos principais problemas que hoje se verificam nos nossos montados de sobreiros e azinheiras são provocados pelas alterações climáticas que se traduzem numa, cada vez maior, escassez pluviométrica e aumento da temperatura, agravados por práticas de gestão menos adequadas, motivou a ACPA a produzir a presente publicação.

O montado atual, particular, e a flora mediterrânea em geral, não mostram senão a larga influência que, através de um verão quente e seco, o clima sub-tropical exerce no conjunto da paisagem portuguesa. Ao mesmo tempo, a degradação profunda das suas associações primitivas deve-se á luta milenária de uma civilização rural e pastoril contra os matagais e florestas que por toda a parte afogavam as clareiras da cultura e entravam a marcha e o pasto dos rebanhos. O sobreiro e a azinheira não têm a mesma distribuição espacial:

• O sobreiro por exigir alguma humidade oceânica encontra-se no Alentejo Ocidental e Alto Alentejo

• A azinheira acomoda-se a uma secura extreme exclusiva das baixas interiores, onde desce muito no verão a humidade do ar, e das encostas voltadas a Leste.

Porventura, as ações mais marcantes contra a floresta mediterrânea, os sobreiros e em particular as azinheiras ocorrera, no século passado.

O Montado e a Produção do Porco Raça Alentejana

O Porco Alentejano, com as suas características omnívoras, grande rusticidade e voracidade permitem aproveitar as pastagens e devorar também os roedores, os répteis, as larvas e os insetos que procura afanosamente revirando o solo com o focinho.

É conhecido pelo o seu irrequietismo e constitui um pesadelo para os respetivos guardadores, sendo capaz de realizar grandes caminhadas no montado à procura de alimentos. Pela sua grande capacidade adipogénica, é o que melhor partido pode tirar do ecossistema montado, convertendo mais eficazmente os seus frutos.

Em Portugal existem 1 124 000 há de povoamentos de azinheiras e sobreiros.

Montanheira

O regime de montanheira é a engorda que fazem os porcos de Raça Alentejana, através da fruição dos frutos do montado e sua complementar pratense. Os porcos, que no início do processo de engorda pesam entre 90-110kg de peso vivo, permanecem no montado de sobro ou azinho durante um período mínimo de 60 dias com alimentação exclusiva a bolota e erva, tendo que cumprir um peso mínimo de engorda de 47kg.

A estimativa que têm, é que durante este período, cada porco consuma diariamente 8 a 10kg de bolota e 2 a 3kg de erva.

Em relação ao abate, a idade mínima dos animais é de 14 meses e com um peso vivo de 145kg.

A disponibilidade de frutos de montado influencia consideravelmente a estratégia do processo de engorda. Normalmente, porque a produção de lande e de bolota é principalmente influenciada pelas condições climáticas de cada ano, além de outros fatores, também relevantes, como o tratamento das árvores (podas, preservação do contacto com máquinas agrícolas) e o seu potencial genético, nem todos os animais que atingem o fim da recria podem ser acabados no montado.